647924-O-estresse-é-uma-fase-aguda-de-ansiedade-e-esgotamento.

O ritmo do cotidiano moderno é aos 120 Km/h, sobre isso não há dúvidas. Ou seguimos o fluxo ou parecemos ficar desatualizados e lerdos demais para estarmos em qualquer lugar. Temos que seguir compassos frenéticos no trabalho, em casa, nos estudos, no relacionamento, com os filhos e isso tudo está tão difundido que parece até ser natural e não causar mal nenhum. O estresse é um termo que acabou se vulgarizando ao longo do tempo; o frenesi que vivemos, a quantidade exorbitante de tarefas, não necessariamente tornam as pessoas estressadas, mas com certeza exaustas. O estresse é, na verdade, um conjunto de reações físicas e fisiológicas herdadas dos ancestrais pré-históricos que dependiam delas para sobreviver. Quando se viam diante do perigo seu organismo entrava em estado de alerta, liberando mediadores de energia (a adrenalina é um desses mediadores), retesando os músculos, acelerando o batimento, elevando a pressão… Tudo isso para tornar o indivíduo apto para uma rápida tomada de decisão e/ou reação.

Mas hoje não enfrentamos situações de perigo em caçadas, o que nos leva ao estresse são situações que exigem reações físicas ou mentais. Ficamos estressados quando temos meia hora para entregar um formulário que levaria, no mínimo, uma hora para ser preenchido, ou quando fazemos uma pesquisa de biologia, que era para ter sido feita há três semanas, horas antes da aula, por exemplo. Qualquer situação que desencadeie uma reação imediata ou exija muita pressão para podermos racionalizar uma solução, é uma situação de estresse. A questão é que, por muitas vezes, as pessoas estão expostas integralmente a situações como essas, o que a torna cronicamente estressada.

A liberação direta desse conjunto de reações danifica o organismo. Quando nos estressamos, a musculatura se enrijece, para poupar o fluxo de sangue, que se torna maior para o cérebro, por isso é comum que pessoas estressadas sintam dores musculares constantes, principalmente na região das costas e ombros. Isso também é decorrente da onda de adrenalina, onde os músculos dessas regiões se enrijeciam de maneira a proporcionar mais força aos golpes ou mais velocidade em corridas, caso seja necessário.

Hoje o estresse ainda não está categorizado como doença, mas suas consequências estão presentes em todos os consultórios médicos possíveis. O acúmulo de adrenalina no sangue e no restante do corpo pode acarretar problemas estomacais sérios, como a Síndrome do Intestino Irritável (SII), onde o paciente permeia entre crises de disenteria e prisão de ventre, podendo até tornar-se intolerante a alguns alimentos. O surgimento de rugas está diretamente relacionado, uma vez que não conseguimos relaxar as feições quando apreensivos, inconscientemente criamos uma carranca que vai vincando a pele dia após dia.

A maneira mais eficaz de combater o estresse e seus efeitos é praticando exercícios físicos e tendo uma atividade como hobby. A energia gasta durante uma corrida, por exemplo, metaboliza os mediadores liberados durante o estresse, assim que consumidos, sentimos alívio e sensação de saciedade e felicidade. Praticar um hobby, principalmente uma atividade em que se tenha talento, libera endorfina, a substância da felicidade, que suprime a adrenalina.

É preciso ter cautela com medidas que amorteçam a sensação de fadiga causada pelo estresse. O álcool e os alimentos ricos em gordura e carboidratos liberam uma falsa felicidade momentânea, que acabam por deixar a vítima sentindo-se pior posteriormente. Não são somente drogas ilícitas que deixam sequelas graves, mas analgésicos e calmantes podem ter efeitos devastadores, já é comprovado que o uso constante de calmantes, por exemplo, consome neurônios saudáveis e inibe a produção de novos, afetando principalmente áreas do cérebro relacionadas à memória e assimilação de conteúdo novo, fazendo com que o cérebro não somente estagne, mas também regrida.

O consumo de alimentos saudáveis e uma mudança na rotina ainda são as melhores soluções para muitos dos problemas de nossas vidas, inclusive os consequentes dessa vida globalizada e frenética que levamos hoje.

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